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Enem - modelo de questão de Filosofia

1. A política, foi inicialmente, a arte das pessoas se ocuparem do lhes diz respeito. Posteriormente, passou a ser a arte de compelir as pessoas a decidirem sobre aquilo de que nada entendem. (VALÉRY, P. Cadernos. Apud BENEVIDES, M.V.M. A cidadania ativa. São Paulo: Ática, 1996)
 Nesta definição o autor entende que a história da política está dividida em dois momentos principais: um primeiro, marcado pelo autoritarismo excludente, e um segundo caracterizado por uma democracia incompleta. Considerando o texto, qual é o elemento comum a esses dois momentos da história política?
a) A distribuição equilibrada do poder.
b) O impedimento da participação popular.
c) o controle das decisões por uma minoria.
d) A valorização das opiniões mais competentes.
e) A sistematização dos processos decisórios.

2. O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros que, por muita piedade, permitem aos distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo. (MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo. Martin Claret, 2009.)
No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a monarquia e a função do governante. A manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na

a) Inércia do julgamento de crimes polêmicos.
b) Bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
c) Compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.
d) Neutralidade diante da condenação dos servos.
e) conveniência entre o poder tirânico e moral do príncipe.

3. A lei não nasce da natureza, junto das fontes frequentadas pelos primeiros pastores; a lei nasce das batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das conquistas que têm sua data e seus heróis de horror: a lei nasce das cidades incendiadas, das terras devastadas, ela nasce com os famosos inocentes que agonizam no dia que está amanhecendo. (FOUCAULT, M. Aula de 14 e janeiro de 1976. In: Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.)      
O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a política e a lei em relação ao poder e à organização social. Com base na reflexão de Foucault, a finalidade das leis na organização das sociedades modernas é

a) Combater ações violentas na guerra entre as nações.
b) Coagir e servir para refrear a agressividade humana.
c) Criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre os indivíduos de uma mesma nação.
d) Estabelecer princípios éticos que regulamentam as ações bélicas entre países inimigos.
e) organizar as relações de poder na sociedade e entre os estados.

4. A ética precisa ser compreendida como um empreendimento coletivo a ser constantemente retomado e rediscutido, porque o produto da relação interpessoal e social. A ética supõe ainda que cada grupo social se organize sentindo-se responsável por todos e que crie condições para um exercício de pensar e agir autônomos. A relação entre ética e política é uma questão de educação e luta pela soberania dos povos. É necessária uma ética renovada, que se construa a partir da natureza de valores para organizar também uma nova prática política. (CORDI. et al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2007) (adaptado)
O século XX teve de repensar a ética para enfrentar novos problemas oriundos de diferentes crises sociais, conflitos ideológicos e contradições da realidade. Sob este enfoque e a partir do texto, a ética pode ser compreendida como
a) instrumento de garantia da cidadania, porque através delas os cidadãos passam a pensar e a agir de acordo com valores coletivos.
b) Mecanismo de criação dos direitos humanos, porque é da natureza do homem ser ético e virtuoso.
c) Meio para resolver os conflitos sociais no cenário da globalização, pois a partir do entendimento do que e efetivamente a ética, a política internacional se realiza.
d) Parâmetro para assegurar o exercício político primando pelos interesses a ação privada dos cidadãos.
e) aceitação de valores universais implícitos numa sociedade que busca dimensionar sua vinculação à outras sociedades.

5. Na ética contemporânea, o sujeito é não é mais um sujeito substancial, soberano e absolutamente livre, nem um sujeito empírico puramente natural. Ele é simultaneamente os dois, na medida em que é um sujeito histórico-social. Assim, a ética atinge um dimensionamento político, uma vez que a ação do sujeito não pode mais ser vista e avaliada fora da relação social coletiva. Desse modo, a ética se entrelaça, necessariamente com a política, entendida esta como a área de avaliação de valores que atravessas as relações sociais e que interliga os indivíduos entre si.
O texto, ao evocar a dimensão histórica do processo de formação da ética na sociedade contemporânea, ressalta
a) Os conteúdos éticos decorrentes da ideologias político-partidárias.
b) O valor da ação humana derivada de preceitos metafísicos.
c) A sistematização de valores desassociados da cultura.
d) o sentido coletivo e político das ações humanas individuais.
e) O julgamento das ação ética pelos políticos eleitos politicamente.

6. A questão tinha um quadrinho da Mafalda dizendo numa fila para vacinar-se a uma enfermeira: "Viemos nos vacinar contra o despotismo"
Democracia: “regime político no qual a soberania é exercida pelo povo, pertence ao conjunto de cidadãos.”( JAPIASSÚ, H; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
Uma suposta “vacina” contra os despotismo, em um contexto democrático, tem por objetivo)
a) Impedir a contratação de familiares para o serviço público.
b) Reduzir a ação das instituições constitucionais.
c)Combater a distribuição equilibrada de poder.
d) evitar a escolha de governantes autoritários.
e) Restringir a atuação do parlamento.

GABARITO:
1: C       2: E       3:  E       4:  A        5:  D       6:  D

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